terça-feira, 23 de março de 2010

REUNIÃO 5 - PASSEIO PELA FRANÇA









16-out-2009.
Confrade Gourmet: Enoteca Decanter- São Paulo.
Tema: França.
Ausentes: Marcio.
Acompanhamento: queijos franceses e risoto ao champignon.

Com o sucesso e a excelência dos vinhos italianos da reunião 4, realizada pelo Confrade Gourmet Juliano, e tendo em vista a presença de 7 dos Confrades em São Paulo por ocasião do GP Brasil de Fórmula 1, resolvemos aproveitar a noite paulistana numa enoteca. A escolhida foi a Enoteca Decanter e o tema definido foi a França.
Agendamos com antecedência, escolhemos os vinhos e para nossa alegria o Sommelier João Renato sugeriu a troca de apenas um. Desta vez nos definimos por 6 vinhos em vez dos 4 tradicionais, mesmo porque contávamos com a “visita” de mais 3 companheiros: Renato Sander, Nestor Chiodelli e Cristiano Araujo.
Para nossa sorte, o sommelier João Renato havia retornado há cerca de 15 dias da França e havia visitado 3 dos 5 produtores escolhidos. Foi uma verdadeira palestra! Ótima apresentação dos vinhos e das regiões de procedência, ótimo ambiente, ótimos petiscos. E para completar a noite, excelentes vinhos!
Começamos pela Borgonha, região do Beaune, com o DOMAINE PIERRE LABET. A família é detentora da maior parcela do Grand Cru Clos de Vougeot e proprietária de uma das duas construções históricas existentes no vinhedo, uma o Chateau de La Tour (não confundir com o homônimo de Bordeaux), ao lado do mosteiro cisterciense, sede da organização dos Chevaliers Du Tastavin. Seus vinhos de Pinot Noir e Chardonnay são vinificados pelo próprio Pierre Labet.
Iniciamos com CRÉMANT DE BOURGOGNE BRUT FRANÇOIS LABET, safrado 2006. Feito 100% com Pinot Noir, envelhecido 12 meses, levemente tostado e de ótima relação custo beneficio. Acompanhado dos petiscos servidos pela casa, mostrou-se muito elegante e prazeroso, ótimo para começar uma noite que prometia.
Continuando nos domínios de PIERRE LABET, passamos para BOURGOGNE PINOT NOIR VIEILLES VIGNES 2007. Um vinho com a cara da Borgonha, 100% Pinot Noir, passou por barricas francesas por 12 meses. Acompanhado dos queijos Brie e Emmenthal, apresentou aroma destacado, menos frutado que os vinhos desta variedade produzidos no novo mundo. Excelente!
Saindo de Pierre Labet e do Beaune, “viajamos” até JACQUES CACHEUX em CÔTE DE NUIT e seu VOSNE-ROMANÉE SAFRA 2006. Este produtor começou a fazer vinhos na década de 50. Aposentou-se em 1994 e passou a condução ao filho Pascal. Um pequeno produtor que interfere o mínimo possível na vinificação, utilizando-se de leveduras selvagens em longas macerações e tendo seus vinhos etiquetados a mão. Este VOSNE-ROMANÉE é rico, macio e extremamente elegante, tem entre seus admiradores nada menos que o renomado (e polêmico) Robert Parker e ainda a jornalista Jancis Robinson. 100% Pinot Noir, passou 18 meses em barrica de carvalho. Aromas complexos, sabor maravilhoso e excelente cor. Como disse certa vez Sra. Robinson: “Não há vinhos comuns em Vosne!”. Um mito! O primeiro de nossa confraria!
Ainda com o vinho anterior na cabeça, saímos da Borgonha e passeamos por Bordeaux.
Iniciamos esta região com CHATEAU BEL AIR PERPONCHER SAFRA 2006, do simpático Sr. Jean Paul Despagne, que tive o prazer de conhecer na Wine Show Decanter em Curitiba no ano de 2008. Excelente produtor de brancos, começa a se destacar também com tintos, para os quais conta com a consultoria de Michel Rolland.
Este vinho é feito com 78% Merlot, 12% Cabernet Sauvignon e 10% Cabernet Franc, com uvas originárias de vinhedos plantados por volta de 1990. Apenas 20% do mosto passou por barricas de carvalho. Encorpado, ótima cor, no ponto para consumo. Muito bom vinho.
Continuamos com um CHATEAU LA TOUR DE BY SAFRA 2005. Um Cru Bourgeois Superior que está nas mãos da família Pagés desde 1965. Estilo clássico, encorpado, harmonioso, com bastante frutas no aroma e ótima relação custo beneficio. 60% do mosto passou por carvalho. É feito com 65% Cabernet Sauvignon, 30% Merlot e 5% Petit Verdot. Este vinho ficou em 3º lugar entre 50 chateaux em degustação realizada pela Revista Decanter, onde não participaram os 5 Grand Crus Classes. Segundo João Renato, esta pode ser a melhor safra da história deste ícone. Vinho para se tomar a noite toda, apesar do seu corpo.
Para encerrar a noite, um CHATEAU MONTUS 2004 DE ALAIN BRUMONT, um dos maiores proprietários em Madiran e para muitos o melhor produtor desta sub-região de Bordeaux. Vinho com 80% de Tannat e 20% Cabernet Sauvignon. A Tannat é uma variedade difícil de se trabalhar, que neste vinho apresentou um tanino comportado, macio, diferente de muitos outros Tannat que já havíamos tomado. Na mesma noite, o terceiro ícone degustado por nossa confraria. Para encerrar com saca rolhas de ouro.
Um noite para a história! Para ser lembrada por muito tempo e referencial para nossas futuras degustações! Marcio perdeu esta. Quem sabe na próxima ida a São Paulo repetimos as taças? Qual tema a definir para esta ocasião? Aguardamos sugestões!

2 comentários:

  1. Bem colocado pelo confrade: "vai ficar para a história da nossa confraria"... Pelo menos até a f1 2010!!!

    ResponderExcluir
  2. Sugestões para São Paulo este ano? Aquele bar que vende em taças pode ser uma boa,ainda mais se tivermos mais seguidores na noite....

    ResponderExcluir