segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Agenda da Confraria para Final de Ano:


Tendo em vista o grande número de compromissos que normalmente ocorrem nesta época do ano, entendemos conveniente agendar nossas próximas reuniões:

19 de novembro - 1ª Visita - Villa Francioni, com as esposas.

26 de novembro - 26ª Reunião (extraordinária), a ser realizada em São Paulo, aproveitando a ida dos Confrades para o GP Brasil de Fórmula 1. Local: Enoteca Santa Maria.

27 de novembro - Uma pequena pausa aos vinhos e uma chance a cerveja: Setor A de Interlagos!

12 de dezembro - 27ª Reunião (ordinária), encerrando o ano e a terceira rodada de Reuniões. Confrade Gourmet do mês: Pablo Coral.

Para janeiro, em data a confirmar, 2ª visita, à SANJO. E em fevereiro Alexandre de Martin inicia a quarta rodada de reuniões ordinárias.

REUNIÃO 25 - FOTOS






FOTO 1 - A Familia Anfitriã: Carol, Alexandre e a pequena Valentina.

FOTO 2 - Discussão sobre melhor vinho foi longe ...

FOTO 3 - O Confrade Gourmet do mês!

REUNIÃO 25 - Primitivo/Zinfandel/Plavac Mali






24-out-2011.
Confrade do Mês: Alexandre Flores Vieira.
Tema: Primitivo/Zinfandel/Plavac Mali.
Ausentes: Juliano.
Acompanhamento: Strogonoff.

Dentro da filosofia do grupo de sempre buscar o novo, Alexandre trouxe uma casta inédita: a Plavac Mali, originária da Croácia, e que levada para a Itália recebeu o nome de Primitivo, enquanto nos Estados Unidos recebeu o nome de Zinfandel e se tornou uma das mais importantes da Califórnia. A "pequena azulada" mostrou toda a sua potência nos quatro excelentes vinhos comprados na Loja Essen, representante da Importadora Decanter em Florianópolis. Segundo Alexandre, o proprietário, nosso amigo Nelson Essenburg, foi quem apresentou e vendeu estas quatro preciosidades.

Da Vínicola KORTA KATARINA, um PLAVAC MALI, safra 2007, da origem da casta, a CROÁCIA. Cor púrpura, intenso. Aromas ameixa, picles, especiarias, complexo. Em boca, toda a potencia de seus 15,5º de alcool, porém sem incomodar, pelo contrário, excelente sabor. Pena custar tão caro, R$ 255,00.

O segundo vinho, veio da ITÁLIA: ARCHIDAMO, da RACEMI, safra 2007. Segundo informações, a Primitivo veio de uvas da Croácia. Este vinho tinha cor rubi intensa. Aromas de frutas, um pouco mais mineral. Em boca, também potente, 14,0º, mesmo assim com certo vazio no meio de boca. R$ 70,00.

Terceiro vinho: da Croácia para os estados Unidos da América, onde recebeu o nome de ZINFANDEL. PAINTER BRIDGE, da J. Lhor, safra 2009. Cor rubi escura. Aromas de ameixa, outras frutas. Em boca, "apenas" 13,0º de alcool fizeram a diferença, e acabou eleito o melhor da noite, além do melhor custo benefício: R$ 52,00.

Quarto vinho: voltando para a PRIMITIVO ITALIANA, desta vez da Puglia, e com o nome de ZINFANDEL (!), o SINFAROSA também da RACEMI. Cor púrpura. Aromas de ameixa, lembrando chocolate e tabaco. Em boca, potencia, mas ainda adocicado, lembrando melado. R$ 90,00.

Uma "alta" noite, tanto pela qualidade dos vinhos quanto pelo teor alcoolico dos mesmos. Uma grande novidade trazida pelo Alexandre, que foi muito elogiada pelos confrades.

Para a janta, seu famoso e apetitoso Strogonoff, que graças a potencia dos vinhos acabou harmonizando muito bem, já que os vinhos eram aveludados e com taninos macios.
Nos acompanharam na janta a esposa Carol e a pequena Valentina!

domingo, 23 de outubro de 2011

NOTA DE PROVA (19) - Dow´s 2007 - 100 Pontos!




VINHO: Dow´s Vintage
SAFRA: 2007
REGIÃO: Porto
PAÍS: Portugal
DATA: 17-out-2011
LOCAL: Quinta da Neve
PREÇO: R$ 250,00 (estimado)
AVALIAÇÃO: 100
Cor violeta, escuro, límpido, típico Porto.
Aromas muito complexos, lembrando ameixa seca, também bastante típico.
Excelente sabor, sem ser exageradamente doce como acontece com muitos Vinhos do Porto.
OBS: Apresentado por Anselmo Mendes em sua ultima visita a São Joaquim, SC, em companhia de todos os sócios da Quinta da Neve. Este vinho levou também 100 pontos da Revista Wine Spectator!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Anselmo Mendes em São Joaquim.

Em mais uma etapa de sua Consultoria para as empresas Quinta da Neve e Hermann, o enólogo português Anselmo Mendes esteve em São Joaquim, SC no ultimo dia 17/10. Anselmo veio acompanhar a evolução dos vinhos da safra 2011 de ambas empresas, aproveitando para definir alguns cortes e decidindo em conjunto com o enólogo Atila
Zavarizze o momento de engarrafamento de alguns outros vinhos da safra 2010.
No andamento dos trabalhos a confirmação que a safra 2011 tanto na Serra Catarinense como na região de Pinheiro Machado foi excepcional! Excelentes vinhos estão surgindo.

Participaram da reunião,além dos enólogos, os sócios da Quinta da Neve, Acari Amorim e Robson Abdalla, os sócios tanto da Quinta da Neve quanto da Hermann, Adolar Hermann e Edson Hermann, além do agrônomo de ambas empresas, João Carlos Palma Junior.

Para brindar o almoço realizado na Quinta, Anselmo apresentou vários de seus novos Alvarinhos, além de uma preciosidade: Dow´s Vintage 2007, simplesmente com 100 pontos na Wine Spectator. Um vinho para a história!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Convite para Punheta com Anselmo Mendes!




Aproveitando uma rápida passagem do Enólogo Anselmo Mendes ao Brasil, onde vem prestar consultoria para duas empresas (Quinta da Neve Vinhos Finos e Hermann Vinhos & Vinhas), a importadora Decanter, através de sua loja de Florianópolis, SC, estará promovendo na próxima terça-feira (18) um jantar harmonizado com os famosos Alvarinhos produzidos pelo Anselmo. No cardápio, Punheta de Bacalhau (desfiado com azeite e temperos verdes), Alheira (embutido de ave e coelho), Confit de Bacalhau (peixe confitado) e como sobremesa, papo de anjo.

Uma noite que promete ser especial, pelo atendimento do pessoal da Essen/Decanter, pelos pratos e pelos vinhos (Muros de Melgaço, Muros Antigos, Contacto, Curtimenta), todos do simpático Anselmo.

(Clique na foto para ampliá-la!)

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A Onda dos Orgânicos e Biodinâmicos: Cuidado!

Basta navegar pela rede mundial ou ler revistas especializadas e lá estará com certeza alguma nota sobre vinhos Orgânicos ou Biodinâmicos. Primeiro que existe uma grande diferença entre eles, e há ainda a agricultura ecológica, a natural, entre outras, depende do enfoque e da certificadora que quer vender o certificado.
Quem quiser tirar esta duvida basta pesquisar na internet.

Logicamente que todos querem consumir um produto saudável, sem riscos a própria saúde. Mas muitos consumidores são iludidos pela onda orgânica ou biodinamica, quando as vezes um produto aplicado para controle de pragas que é aceito por estas certificações pode oferecer muito mais risco de contaminação, principalmente biológica, do que modernos agrotóxicos, que apresentam dosagem as vezes de menos de 20 ml por hectare.

Em tudo vale o bom senso. Agrotóxicos aplicados sem obedecer o periodo de carência (que é o intervalo exigido entre a aplicação e a colheita)podem apresentar residuo no vinho dai produzido. O mais correto por parte do consumidor seria exigir analise de residuo dos vinhos! E garantia de isenção de analise microbiologica. Quem quer tomar um vinho onde leite azedo e urina de vaca são aplicados um dia antes da colheita da uva?

Sem falar nos falsos organicos ou biodinâmicos: produtores que se declaram como tal, as vezes até citando no rótulo, sem no entanto obter uma certificação idônea,que garanta esta condição.

Particularmente quando em pós graduação em Gestão da Vitivinicultura presenciamos um absurdo: um produtor que na teoria produzia o vinho "mais biodinamico" do Brasil, mas que para garantir uma praia tranquila no final de ano ordenou ao funcionario que aplicasse os mais poderosos fungicidas, para garantir a colheita que se realizaria em inicio de janeiro, ficando assim tranquilo pelos seus 20 dias de férias. E a carência de alguns destes produtos era de 30 dias...

Algumas certificações permitem inclusive o uso livre de metais pesados como o Cobre, que contaminou milhares de hectares na Europa (alguns solos apresentam contaminação de mais de 1000 ppm de cobre e se encontram estéreis).

Recentemente muitos produtores tem divulgado o tratamento térmico como novo salvador da pátria e que estão a produzir organicamente a partir deste equipamento. Pra começo de conversa esta máquina é tocada por tratores, que consomem diesel, combustível não renovável. Só este fato seria suficiente para impedir qualquer certificação.

O tratamento térmico é uma ferramenta importante, que auxilia na produção e reduz o numero de tratamentos em muitos casos, é muito bem vinda, mas não é ferramenta de uso para produção orgânica ou biodinâmica.

Portanto, cuidado, não consuma gato por lebre. Ou seria: não consuma xixi de vaca em vez de vinho?

sábado, 1 de outubro de 2011

REUNIÃO 24 - As Fotos





As fotos da Reunião 4:

1 - O Cardápio

2 - Os Confrades

3 - Os Vinhos

4 - O Intruso!

REUNIÃO 24 - Os Vinhos






Até hoje havíamos degustado apenas dois vinhos espanhóis, estava na hora de dedicar uma reunião a estas especialidades. Para esta degustação, Juliano contou com o auxílio do Diretor Sócio da Essen Vinhos de Florianópolis, SC, também representante da Decanter na capital catarinense, o amigo Nelson Essemburg, um grande entusiasta da vitivinicultura em Santa Catarina e ex-sócio da Quinta da Neve Vinhos Finos Ltda.

PRIMEIRO VINHO: Começando de maneira que deixava clara a qualidade dos vinhos escolhidos, PRADOREY CRIANZA, SAFRA 2003, elaborado pela REAL SITIO DE VENTOSILLA, Região da Ribera Del Duero. Esta propriedade pertenceu a Família Real Espanhola. Possui 3.000 ha sendo 520 ha de vinhedos nesta que é considerada a mais nobre região vinícola da Espanha.
As características climáticas continentais, aliadas aos solos pobres e calcários conferem às frutas equilíbrio de fruta, frescor e tanicidade, com concentração de sabores fabulosa.
Este vinho é formado por 11 clones locais da Tinta Fina em 95% de sua composição, completado por 3% de cabernet sauvignon e 2% de merlot, possui uma graduação alcoólica de 14,0% permanece 12 meses em carvalho americano e 6 meses em carvalho francês. Cor rubi intensa, escuro, olfato intenso e complexo, com frutas negras, canela, baunilha, côco e madeira, também um pouco de fumo. Em boca é cheio, potente, mas sem desequilíbrio, taninos presentes mas redondos, acidez no ponto. Custo de R$ 102,00. Empatou como melhor vinho com o Pago Florentino.
Um vinho especial para um momento especial: este foi o vinho número 100 degustado de forma “oficial” pela Confraria.

SEGUNDO VINHO: PAGO FLORENTINO, SAFRA 2007, elaborado pela BODEGA LA SOLANA, de ARZUAGA NAVARRO, em Castilla - La Mancha. Clima continental, com invernos frios. 100% Tempranillo, 14,5% de álcool. Passa 10 meses em carvalho, tempo dividido entre barricas francesas e americanas. Cor Rubi escura, aromas frutas, chocolate e especiarias. Em boca também potente, com longa persistência. O melhor vinho da noite, ao lado do Prado Rey. R$ 105,00.

TERCEIRO VINHO: STRABON PLATA, SAFRA 2005, elaborado por GIL LUNA em TORO. 100% Tinta Toro, 14,0 % de álcool. 12 meses em barrica de carvalho, sendo 70% em francês e 30% em americano. Cor rubi intensa, não tão escura quanto os anteriores. Aromas violeta, frutas e um pouco mineral (acetonado). Custo de R$ 59,00. Ótimo vinho.

QUARTO VINHO: LUIS CAÑAS RESERVA, SAFRA 2004. Elaborado em RIOJA por este conceituado produtor, atualmente conduzida pelo herdeiro Juan Luiz Cañas. 95% Tempranillo e % de Graciano, Mazuelo e Garnacha. 14,5% de álcool e 12 meses de barrica de carvalho francês e 6 meses em americanos. Cor rubi intensa, muito semelhante ao anterior, aromas complexos de ameixa negra, especiarias e tostado. Em boca taninos macios e boa acidez. Outro vinho espetacular, preço de R$ 103,00.

Agradou a todos os confrades o equilíbrio entre os vinhos, mostrando a força da variedade, que se impõe e predomina como se fosse 100% mesmo quando cortada. Para a janta, Juliano escolheu outros vinhos tempranillo, dentre eles o Pata Negra e o Artero, que embora inferiores e sem avaliação, combinaram com a potencia do frescal e a pimenta presente no carreteiro.
Por excepcionalmente ser numa sexta feira, prolongamos um pouco a reunião, e aproveitamos para fazer a programação de fim de ano, que será intensa e devidamente publicada no Blog quando da definição das datas.

REUNIÃO 24 - A Tempranillo das Diferentes Regiões da Espanha.






30-set-2011.
Confrade Gourmet: Juliano.
Tema: A Tempranillo em Diferentes Regiões da Espanha.
Ausentes: Marciano.
Acompanhamento: Carreteiro (sem Sazon – Parabéns!).

Um ano, três dias e 10 reuniões depois, voltamos a centenária Fazenda Sumidouro, construída pelo casal Egídio Martorano e Eulália Brasil Martorano (foto acima), para mais um encontro da Confraria dos Amigos da Fórmula 1.
Juliano Martorano Vieira, bisneto dos fundadores, desta feita abandonou por um momento a sua tradição italiana e nos brindou com excelentes vinhos espanhóis, de diferentes regiões, mas sempre com a casta Tempranillo como base. E para o jantar, seu tradicional carreteiro, ao estilo de seu tio Rogério Martorano, jornalista que dentre outros feitos denominou a estrada Caminhos da Neve. Felizmente, desta vez, Juliano não usou seu famigerado tempero artificial, apenas temperos naturais, inclusive uma conserva de pimenta feita pelo saudoso Rogério Vieira. Estava excelente!

Segundo Joanna Simon em seu “Livro do Vinho”, a Tempranillo forma a estrutura das principais regiões viníferas da Espanha, Rioja e Ribeira Del Duero, mesmo que as vezes cortada com outras castas. Aparece também como predominante em Navarra, Penedes, Valdepeñas, La Mancha, dentre outras.
As uvas de casca grossa dão uma boa coloração, com potencial de envelhecimento e aromas de condimento, tabaco e morangos. Em quase todas as regiões predomina o carvalho americano em sua fermentação, levando a aromas de baunilha e côco.
Mesmo na Espanha tem outros nomes: Tinta de Toro, Tinta Toro, Tinta Fina, Cenibbel, Ulle de Lebre (Olho de Lebre) e Tinto Del País. Em Portugal: Tinta Roriz e Aragonês.
A Espanha possui a maior área cultivada com uvas do mundo e é, sem dúvida, um país de grande tradição vinícola, possuindo inúmeros vinhos de alta qualidade. Existem em hoje na Espanha 54 regiões D.O.s (Denominación de Origen), e boa parte delas têm seus vinhos consumidos localmente ou exportados em pequenas quantidades. Nos últimos anos, tem sido crescente o interesse mundial pelos vinhos espanhóis, levando ao aumento das exportações, mas, ainda assim, são poucos os melhores vinhos disponíveis no mercado internacional e especialmente no Brasil.

Os vinhos espanhóis estão classificados em três níveis de qualidade, a saber:
Vino de mesa - vinho inferior, cuja produção pode ser feita em qualquer região do país, e que não se enquadra na categoria Denominación de Origen (D.O.).
Vino de la Tierra - vinho de mesa um pouco mais diferenciado, produzido em região vinícola tradicional do país (Andalucía, Castilla-La Mancha, etc.), e que não se enquadra na categoria D.O.
Vino de Denominación de Origen (D.O.) - vinho de qualidade, produzido em região delimitada e sujeito a severas regras que regulam as características do solo, os tipos de uvas utilizadas, o método de vinificação, o teor alcoólico, o tempo de envelhecimento, equivalendo a AOC francesa e à DOC italiana.
Os vinhos espanhóis são também classificados pelo seu tempo de armazenamento, numa das mais fáceis maneiras de se entender quanto tempo cada vinho ficou armazenado. Esta classificação é usada na maioria das D.O.s:
Vino joven ou Vino Sin Crianza ou Vino del Año - Vinho jovem, um pouco envelhecido, mas não o suficiente para ser considerado "crianza".
Vino de Crianza - Vinho (tinto, branco ou rosé) de melhor qualidade, envelhecido pelo tempo mínimo de 2 anos, dos quais pelo menos 12 meses em barril de carvalho para os vinhos tintos e 6 meses em barril de carvalho para os brancos e rosados.
Vino Reserva - Vinho superior feito nas melhores safras. Os tintos devem ser envelhecidos pelo tempo mínimo de 3 anos, dos quais pelo menos 1 ano em barril de carvalho, enquanto os brancos e rosés podem envelhecer apenas 2 anos, dos quais 6 meses em carvalho.
Vino Gran Reserva - Vinho superior feito nas safras excepcionais. Os tintos devem envelhecer pelo tempo mínimo de 5 anos, dos quais pelo menos 2 anos em barril de carvalho. Os vinhos brancos e rosés podem envelhecer apenas 4 anos, dos quais 6 meses em carvalho.

Uma grande reunião, que proporcionou conhecimentos de Geografia, História e Filosofia, por que não.