terça-feira, 30 de novembro de 2010

POR FALAR EM VINHOS ... (16)




... liga-me o Confrade Juliano, diretamente de um jantar solene, com dúvidas de quais taças usar dentre as três colocadas a sua disposição. Como muitos enófilos ainda tem esta dúvida, creio que vale a pena discorrer sobre este assunto.
Já foi comprovado que uma leve alteração no tamanho e no formato da taça pode alterar o que os vinhos têm a oferecer. Assim, cada vinho tem sua taça adequada.
Champagnes e espumantes devem ser tomados em taças longas e estreitas (flutes) de modo que o perlage permaneça por mais tempo possível.
Vinhos tintos encorpados pedem taças bojudas e maiores, para que o vinho “respire” melhor.
Tintos leves, com Pinot Noir, por exemplo, podem ser servido em taças médias, ou com a borda curva para dentro, segundo ensina Jancis Robinson.
Brancos leves pedem taças médias, já que serão servidos refrescados e pouco vinho significa que haverá pouco tempo para que ele perca a temperatura ideal.
Já vinhos doces são servidos em doses pequenas, e, portanto em taças menores. Para o vinho do Porto existe um modelo ideal, facilmente encontrado nas melhores lojas do ramo.
Finalmente, existe uma discussão de qual taça deva ser usada em degustações com vários tipos de vinho. A mais recomendada é a tipo ISO, que é bastante versátil e serve para vários vinhos. Concursos mais renomados e organizados degustam cada vinho em seu tipo adequado de taça.
Para encerrar, ouso transcrever uma passagem do livro de Sérgio de Paula Santos (Queiroz Editora, 1985):
“Os deuses do Olimpo procuravam o mais belo recipiente para beber seu néctar sagrado. Apolo, encarregado da tarefa, escolheu como a forma ideal os seios de Helena de Tróia, a mais bela mulher de seu tempo. Designou então Páris, filho de Priamo, Rei de Tróia, para moldar a taça diretamente no modelo. Páris realizou sua missão em uma esplanada com toda a nobreza grega como testemunha. Helena, belíssima, teria aparecido com o busto coberto por um véu diáfano e o molde teria sido tomado em cera mole, sem o véu... Como os Deuses gregos gostavam de libações e bebedeiras, imagine-se o que se seguiu...”
O importante é sabermos que vinhos se servem em taças, sejam pequenas ou grandes, sejam pequenos ou grandes vinhos.
Nada melhor que saborear um bom vinho... De preferência, acompanhado. Se não for com Helena de Tróia, cada um com sua “Helena”...

P.S. A gravura de Helena e Páris é de 1788, pintada por Jackes-Louis David (1748-1825). Clicar na figura no topo do blog para ampliá-la.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

NOTA DE PROVA (8)



VINHO: Cerviollo - San Fabiano Calcinaia
SAFRA: 2004
REGIÃO: Toscana
PAÍS: Itália
DATA: 06-ago-2010
LOCAL: Decanter Wine Show (Florianópolis, SC)
PREÇO: R$ 211,00
AVALIAÇÃO: 93
Vermelho Rubi intenso.
Aromas intensos e complexos de amoras e tabaco.
Na boca, potente e persistente.
OBS.: Um Supertoscano emblemático, este vinho nos foi apresentado pelo Sr. Guido Serio.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

REUNIÃO 16 - FOTOS







Estas são as fotos da nossa reunião 16 (extraordinária). Tivemos alguns confrades ausentes, mas alguns convidados, já citados.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

REUNIÃO 16 - EMPÓRIO SANTA MARIA






06-nov-2010.
Local: Empório Santa Maria.
Tema: Diversos.
Ausentes: Juliano, Stélio e Pablo.
Acompanhamento: Bruschetta napolitana, pães.

Esta na verdade não foi uma reunião ordinária, mas um encontro realizado em São Paulo, SP, por ocasião de nossa ida ao GP Brasil de Fórmula 1. Ao estilo do ano passado quando conhecemos a Enoteca Decanter, desta feita optamos por conhecer o Empório Santa Maria, na Avenida Cidade Jardim, e sua máquina de servir vinhos em taça. Apesar da ausência de 3 confrades, contamos com a presença do amigo Ronaldo Denardi, grande conhecedor e apreciador de vinhos, além do joaquinense Caetano e sua esposa, estes vivendo há alguns anos na Capital Paulista. O Confrade Alexandre de Martin também estava acompanhado de sua esposa Adriana.
Para quem não conhece, esta máquina italiana possibilita a instalação de 8 garrafas de vinho hermeticamente, e com uma injeção de gás inerte, é retirado todo o oxigênio, permitindo que os vinhos possam ser conservados por até 20 dias. Mas, segundo o sommelier da casa, Juliano, os vinhos são trocados no máximo a cada 3 ou 4 dias devido ao movimento da loja.
Como são 6 máquinas, o cliente tem à sua disposição sempre 48 rótulos a escolher. Cada mesa recebe um cartão magnético que é colocado na máquina e libera um dos vinhos em uma das três doses disponíveis: 30, 60 ou 120 ml. Acima da máquina está a lista de vinhos com seus preços. E a cada vinho servido, antes de se retirar o cartão, é mostrado o saldo acumulado. Isto permite ao cliente o controle sobre seus gastos. Que não se elevam muito já que os preços praticados são o de atacadista mais 10%, convertidos para os mililitros tomados.
Assim, uma taça de 30 ml de um vinho de R$ 75,00 custa R$ 3,30, por exemplo.
Uma máquina muito interessante, que promete se disseminar pelos wine bares do Brasil, apesar de seu custo: acima de R$ 50 mil cada uma.

Dos 48 vinhos disponíveis, os confrades e convidados presentes degustaram cerca de 15 a 20, a livre escolha. Graças a este sistema, tivemos a oportunidade de numa mesma noite conhecer diversos e bons vinhos.

Da França: Chateuneaf Du Pape Telegramme, Chateau Robine, Chateau St Roch, Roux Père e Fils Saint-Aubin e ainda um 2e cru classe casa Margaux, entre outros.
Da Itália: os excelentes toscanos Peppoli da Antinori, Sassoaloro da Biondi Santi e Il Brusciato Bolgheri.
De Portugal: os famosos Pera Manca, tanto tinto quanto branco, o alentejano Cortes de Cima, e o Quinta do Crasto.
E ainda Argentinos (Catena Alta), Chilenos (Leyda), Neozelandeses (o excelente pinot noir da Saint Clair) e rieslings Alemães.
Do Brasil, apenas um vinho: Villa Francioni Rose.

Um excelente local para se tomar vinhos na Paulicéia. Fica nossa recomendação.