quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A Onda dos Orgânicos e Biodinâmicos: Cuidado!

Basta navegar pela rede mundial ou ler revistas especializadas e lá estará com certeza alguma nota sobre vinhos Orgânicos ou Biodinâmicos. Primeiro que existe uma grande diferença entre eles, e há ainda a agricultura ecológica, a natural, entre outras, depende do enfoque e da certificadora que quer vender o certificado.
Quem quiser tirar esta duvida basta pesquisar na internet.

Logicamente que todos querem consumir um produto saudável, sem riscos a própria saúde. Mas muitos consumidores são iludidos pela onda orgânica ou biodinamica, quando as vezes um produto aplicado para controle de pragas que é aceito por estas certificações pode oferecer muito mais risco de contaminação, principalmente biológica, do que modernos agrotóxicos, que apresentam dosagem as vezes de menos de 20 ml por hectare.

Em tudo vale o bom senso. Agrotóxicos aplicados sem obedecer o periodo de carência (que é o intervalo exigido entre a aplicação e a colheita)podem apresentar residuo no vinho dai produzido. O mais correto por parte do consumidor seria exigir analise de residuo dos vinhos! E garantia de isenção de analise microbiologica. Quem quer tomar um vinho onde leite azedo e urina de vaca são aplicados um dia antes da colheita da uva?

Sem falar nos falsos organicos ou biodinâmicos: produtores que se declaram como tal, as vezes até citando no rótulo, sem no entanto obter uma certificação idônea,que garanta esta condição.

Particularmente quando em pós graduação em Gestão da Vitivinicultura presenciamos um absurdo: um produtor que na teoria produzia o vinho "mais biodinamico" do Brasil, mas que para garantir uma praia tranquila no final de ano ordenou ao funcionario que aplicasse os mais poderosos fungicidas, para garantir a colheita que se realizaria em inicio de janeiro, ficando assim tranquilo pelos seus 20 dias de férias. E a carência de alguns destes produtos era de 30 dias...

Algumas certificações permitem inclusive o uso livre de metais pesados como o Cobre, que contaminou milhares de hectares na Europa (alguns solos apresentam contaminação de mais de 1000 ppm de cobre e se encontram estéreis).

Recentemente muitos produtores tem divulgado o tratamento térmico como novo salvador da pátria e que estão a produzir organicamente a partir deste equipamento. Pra começo de conversa esta máquina é tocada por tratores, que consomem diesel, combustível não renovável. Só este fato seria suficiente para impedir qualquer certificação.

O tratamento térmico é uma ferramenta importante, que auxilia na produção e reduz o numero de tratamentos em muitos casos, é muito bem vinda, mas não é ferramenta de uso para produção orgânica ou biodinâmica.

Portanto, cuidado, não consuma gato por lebre. Ou seria: não consuma xixi de vaca em vez de vinho?

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