sábado, 1 de outubro de 2011

REUNIÃO 24 - A Tempranillo das Diferentes Regiões da Espanha.






30-set-2011.
Confrade Gourmet: Juliano.
Tema: A Tempranillo em Diferentes Regiões da Espanha.
Ausentes: Marciano.
Acompanhamento: Carreteiro (sem Sazon – Parabéns!).

Um ano, três dias e 10 reuniões depois, voltamos a centenária Fazenda Sumidouro, construída pelo casal Egídio Martorano e Eulália Brasil Martorano (foto acima), para mais um encontro da Confraria dos Amigos da Fórmula 1.
Juliano Martorano Vieira, bisneto dos fundadores, desta feita abandonou por um momento a sua tradição italiana e nos brindou com excelentes vinhos espanhóis, de diferentes regiões, mas sempre com a casta Tempranillo como base. E para o jantar, seu tradicional carreteiro, ao estilo de seu tio Rogério Martorano, jornalista que dentre outros feitos denominou a estrada Caminhos da Neve. Felizmente, desta vez, Juliano não usou seu famigerado tempero artificial, apenas temperos naturais, inclusive uma conserva de pimenta feita pelo saudoso Rogério Vieira. Estava excelente!

Segundo Joanna Simon em seu “Livro do Vinho”, a Tempranillo forma a estrutura das principais regiões viníferas da Espanha, Rioja e Ribeira Del Duero, mesmo que as vezes cortada com outras castas. Aparece também como predominante em Navarra, Penedes, Valdepeñas, La Mancha, dentre outras.
As uvas de casca grossa dão uma boa coloração, com potencial de envelhecimento e aromas de condimento, tabaco e morangos. Em quase todas as regiões predomina o carvalho americano em sua fermentação, levando a aromas de baunilha e côco.
Mesmo na Espanha tem outros nomes: Tinta de Toro, Tinta Toro, Tinta Fina, Cenibbel, Ulle de Lebre (Olho de Lebre) e Tinto Del País. Em Portugal: Tinta Roriz e Aragonês.
A Espanha possui a maior área cultivada com uvas do mundo e é, sem dúvida, um país de grande tradição vinícola, possuindo inúmeros vinhos de alta qualidade. Existem em hoje na Espanha 54 regiões D.O.s (Denominación de Origen), e boa parte delas têm seus vinhos consumidos localmente ou exportados em pequenas quantidades. Nos últimos anos, tem sido crescente o interesse mundial pelos vinhos espanhóis, levando ao aumento das exportações, mas, ainda assim, são poucos os melhores vinhos disponíveis no mercado internacional e especialmente no Brasil.

Os vinhos espanhóis estão classificados em três níveis de qualidade, a saber:
Vino de mesa - vinho inferior, cuja produção pode ser feita em qualquer região do país, e que não se enquadra na categoria Denominación de Origen (D.O.).
Vino de la Tierra - vinho de mesa um pouco mais diferenciado, produzido em região vinícola tradicional do país (Andalucía, Castilla-La Mancha, etc.), e que não se enquadra na categoria D.O.
Vino de Denominación de Origen (D.O.) - vinho de qualidade, produzido em região delimitada e sujeito a severas regras que regulam as características do solo, os tipos de uvas utilizadas, o método de vinificação, o teor alcoólico, o tempo de envelhecimento, equivalendo a AOC francesa e à DOC italiana.
Os vinhos espanhóis são também classificados pelo seu tempo de armazenamento, numa das mais fáceis maneiras de se entender quanto tempo cada vinho ficou armazenado. Esta classificação é usada na maioria das D.O.s:
Vino joven ou Vino Sin Crianza ou Vino del Año - Vinho jovem, um pouco envelhecido, mas não o suficiente para ser considerado "crianza".
Vino de Crianza - Vinho (tinto, branco ou rosé) de melhor qualidade, envelhecido pelo tempo mínimo de 2 anos, dos quais pelo menos 12 meses em barril de carvalho para os vinhos tintos e 6 meses em barril de carvalho para os brancos e rosados.
Vino Reserva - Vinho superior feito nas melhores safras. Os tintos devem ser envelhecidos pelo tempo mínimo de 3 anos, dos quais pelo menos 1 ano em barril de carvalho, enquanto os brancos e rosés podem envelhecer apenas 2 anos, dos quais 6 meses em carvalho.
Vino Gran Reserva - Vinho superior feito nas safras excepcionais. Os tintos devem envelhecer pelo tempo mínimo de 5 anos, dos quais pelo menos 2 anos em barril de carvalho. Os vinhos brancos e rosés podem envelhecer apenas 4 anos, dos quais 6 meses em carvalho.

Uma grande reunião, que proporcionou conhecimentos de Geografia, História e Filosofia, por que não.

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