POR FALAR EM VINHOS... (46) Jornal da CEF

Vinho: prazer e saúde
Este é o titulo de matéria do Jornal da CEF deste mÊs, com destaque para a entrevista com nosso Confrade Alexandre de Martin!

A seguir, na integra:

Esse assunto é Amigo do Mundo Bem vindo lotérico

Alexandre de Martin, de 47 anos, trabalha na agência São Joaquim (SC). Rogério Capitani, 42, é coordenador de crédito imobiliário da RSN de Caxias de Sul (RS). O que os dois têm em comum, além do fato de serem empregados da Caixa, é o hábito de consumirem vinho diariamente.

No caso de Rogério, essa ‘tradição’ se traduz numa coleção de mais de 300 rolhas, conquistada graças ao consumo de até duas taças por noite. Já para Alexandre, o prazer de beber vinhos lhe permitiu participar de uma confraria, onde mensalmente ele se reúne com amigos para estudar e degustar os mais variados rótulos.

Mas o consumo frequente de vinhos vai além da experiência de conhecer novos aromas e sabores na agradável companhia de amigos. É também uma questão de saúde. Quem garante é o professor titular de Cardiologia e Clínica Médica da UnB, Luiz Junqueira.

– Deveríamos beber, todos os dias, de uma a duas taças de vinho tinto – recomenda o médico, estimando essa quantidade em 300 ml.

Isso porque, segundo o especialista, esse volume é o suficiente para que substâncias como o resveratrol, encontrado principalmente nas sementes de uvas, possam agir no organismo, combatendo o chamado ‘mau colesterol’.

E a recomendação pelo vinho do tipo tinto também não é à toa. De acordo com Luiz Junqueira, ele contém mais polifenóis – substâncias naturais, como o resveratrol – do que o branco.

O professor da UnB enumera outros benefícios proporcionados pelo consumo de vinho:

• Vaso dilatação: relaxamento dos vasos arteriais que melhoram o fluxo sanguíneo;
• Captura de radicais livres por meio da presença de substâncias antioxidantes;
• Diminuição dos processos de coagulação, pois o sangue se torna menos viscoso;
• Aumento da autoprodução do hormônio HDL – o colesterol bom;
• Melhora quanto à sensibilidade e à insulina.

O empregado da agência de São Joaquim diz não ter dúvidas sobre os benefícios do vinho. Ele sabe que o consumo da bebida é recomendável para combater o colesterol ruim. Além disso, ajuda na prevenção do envelhecimento e da depressão.

– E vale contabilizar até os benefícios de um encontro com amigos – brinca Alexandre.

Já no caso de Rogério, o vinho é, de fato, um grande aliado. Dono de uma saúde que ‘não é lá tão 100%’, como ele próprio define, o consumo da bebida acaba contribuindo, de certa forma, para o controle de seu colesterol. Ele só tem o trabalho de acompanhar esta taxa em seus exames periódicos.

Consumo ainda é baixo

O Brasil produz 600 milhões de litros de vinho por ano. Esse volume, no entanto, dá ao país apenas a décima quarta colocação no ranking mundial dos produtores de vinhos.

O consumo interno também é baixo – em torno de 2 litros per capita. Para efeito de comparação, nossos vizinhos argentinos consomem, em média, 30 litros per capita por ano.

É no Sul onde está o principal pólo produtor de uvas do país. O hábito do consumo diário de vinho explica, em parte, o fato de a região também ter a maior expectativa de vida do Brasil. Segundo o IBGE, a média é de 72 e 78 anos de vida para homens e mulheres, respectivamente.

Quem sabe se com o exemplo que vem do Sul, o brasileiro passe a apreciar cada vez mais o vinho e, de quebra, dê uma bela contribuição à sua saúde?