terça-feira, 22 de junho de 2010

REUNIÃO 12 - A PEQUENA GRANDE DAMA DOS VINHOS






18-jun-2010.
Confrade Gourmet: Junior.
Tema: Pinot Noir.
Ausentes: Marciano.
Acompanhamento: Coq au Vin.

Nossa décima segunda reunião foi marcada pela presença de uma pequena grande dama: a PINOT NOIR.
Variedade de cachos pequenos. extremamente sensível às doenças fúngicas, amadurece cedo e é extremamente sensível ao terroir. Se plantada em locais quentes, amadurece rapidamente e deixa de armazenar as substancias exclusivas de sua fina pele, perdendo sua tipicidade.
Mesmo após a colheita requer atenção especial pela sua fina película que se rompe facilmente. É muito precoce e sofre com as geadas de primavera em locais suscetíveis.
O seu lugar ideal é a Borgonha, onde não por acaso é a principal uva tinta e de onde saem os melhores vinhos do mundo, dentre outros: Romanée Conti.
Produtores do mundo todo tentam imitar os vinhos da Borgonha, mas nenhum consegue. Apenas na Nova Zelândia, no Oregon e cantos mais frios da Itália, Califórnia e da Austrália se produzem vinhos próximos aos franceses famosos.
Segundo o Eng.º Agr. Jorge Tonietto, pesquisador da EMBRAPA e doutorado pela escola de Montepellier, na França, através de sua classificação climática multicritério, a região de São Joaquim possui clima similar ao da Borgonha, o que pode resultar em bons exemplares de Pinot Noir desta região.

Os vinhos produzidos com a Pinot Noir são generosos, com pouca intensidade de cor, porém com bastante brilho, aromas complexos, delicados, bastante frutados, agradáveis e marcantes.

VINHOS DA NOITE:

A degustação foi às cegas e contou com cinco vinhos. O confrade gourmet desta reunião escolheu dois vinhos da Região de São Joaquim, Santa Catarina e três vinhos das melhores regiões produtoras do mundo.

PRIMEIRO VINHO: UTOPIA NOIR, QUINTA SANTA MARIA, SÃO JOAQUIM, SC. SAFRA 2008. 13,8 GL. Apenas 800 garrafas, numeradas. Cor vermelho rubi, de boa intensidade, brilhante e límpido, aparentando ser bastante jovem. Aromas de frutas vermelhas (framboesa), na boca bastante fruta, corpo agradável, acidez refrescante, taninos leves. Grande tipicidade. Uma grande surpresa, já que era desconhecido de todos.

SEGUNDO VINHO: QUINTA DA NEVE, SÃO JOAQUIM, SC. Safra 2008. 12,2º GL. Cor vermelha rubi intensa, límpido. Aromas de frutas (groselha), um pouco de carvalho. Ótimo equilíbrio em boca, com acidez muito leve, macio e de longa persistência. Apesar de ser o vinho com mais madeira, foi eleito o melhor da noite por dois confrades. Correspondeu e justificou ser o melhor pinot noir do Brasil, eleição esta feita pela Revista Vinho Magazine e também opinião de diversos críticos renomados.

TERCEIRO VINHO: HAUTES COTES DES NUITS BEC À VENT. Jacques Cacheux. FRANÇA. SAFRA 2007. 12,5º GL. Cor vermelho púrpura, aromas intensos, frutados (framboesa) com toques de pimenta. Muito agradável em boca, pouca acidez. Vinho elegante. Degustando pinot noir, não poderia faltar um bom Borgonhês. E a escolha recaiu sobre este renomado produtor, muito elogiado pelo crítico Robert Parker. Uma excelente opção para mostrar as características dos vinhos da Borgonha.

QUARTO VINHO: LE PINOT NOIR GRAND VIN. VILLARD, CASABLANCA, CHILE. SAFRA 2007. 14,5º GL. Cor vermelho rubi, escuro. Aromas de frutas vermelhas e baunilha. Pouco ácido, um pouco mais tânico que os demais, bastante alcoólico para a variedade. Mas de ótima qualidade. Não por acaso, eleito o melhor pinot noir do Chile (Guia Descorchados 2007).

QUINTO VINHO: PINOT NERO FRANZ HAAS. ALTO ADIGE, ITÁLIA. SAFRA 2006. 13,5º GL. Cor vermelho laranja, translúcido, aromas impressionantes, com bastante fruta. Na boca, uma sensação de prazer como poucos vinhos já deram. Muito harmonioso. Talvez a maior surpresa da noite, eleito por cinco confrades o melhor da noite! Também não por acaso: a premiação deste vinho é intensa e já foi eleito o melhor pinot noir da Itália em 2008 pelo LUCA MARONI - ANNUARIO DEI MIGLIORI VINI D'ITALIA. Vinho que entra para a história da confraria como um dos melhores já degustados.

Uma noite para mostrar porque a pinot noir produz alguns dos vinhos mais cobiçados do mundo e conquista fãs a cada dia. Creio que nesta noite conquistou mais alguns, além daqueles que já a tinham por predileta. E os vinhos brasileiros se mostraram ao mesmo nível dos grandes vinhos mundiais. Com preço bem menor, se tornam os de melhor custo beneficio da noite.

Para harmonizar, um Coq au Vin preparado pela Ana Paula, prato muito saboroso e tradicional combinação francesa para a variedade escolhida para esta reunião.

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