quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

REUNIÃO 17: Portugal





14-dez-2010.
Confrade Gourmet: Pablo Ramon Coral.
Tema: Portugal.
Ausentes: Stélio Bonelli Porto.
Acompanhamento: Bacalhoada.

Depois de quase dois meses sem uma reunião oficial, já que a ultima havia sido realizada em São Paulo, e com várias ausências, os Confrades estavam ávidos por uma boa conversa e um bom vinho (principalmente este).
O Confrade do Mês recebeu a incumbência de nos mostrar com apenas 4 vinhos a diversidade enológica da Terrinha. E escolheu como prato para o acompanhamento uma legítima Bacalhoada Portuguesa, que contou com a Consultoria do amigo João Nunes, nascido em Pombal, mas a mais de 20 anos Joaquinense de coração.

PRIMEIRO VINHO: QUINTA DE SANTA EUFÊMIA, SAFRA 2006, DA REGIÃO DO DOURO. O Douro é uma das mais espetaculares regiões vitícolas do planeta, com seus vinhedos em patamares, com o Rio Douro no fundo vale. E há muito deixou de ser famoso apenas pelos seus vinhos licorosos, já que muitos produtores têm conseguido excelentes vinhos tranqüilos nesta região. É o caso desta Casa, fundada em 1864.
A Quinta de Santa Eufêmia localiza-se no Conselho de Lamêgo, freguesia de Parada do Bispo, a meia distância entre a Régua e o Pinhão, com vista para o Douro. Tem cerca de 45 hectares. É uma Quinta tipicamente duriense fundada em 1864 por Bernardo Rodrigues de Carvalho, sendo atualmente administrada pelos seus bisnetos. Esta Quinta tem grande tradição em Vinho do Porto, possui dois marcos pombalinos referentes à primeira demarcação da Região, realizada em 1756 por Marquês de Pombal (lembrando que o Douro foi o berço da primeira Denominação de Origem Controlada do mundo, criada justamente pelo Marquês). Apesar de desde sempre produzir vinho do Porto, apenas em 1994 com a atual geração, começaram a ser engarrafados e vendidos diretamente com a marca de “Quinta de Santa Eufêmia”. Manteve-se no entanto, todos os ancestrais conhecimentos de vinificação e envelhecimento, transmitidos de geração para geração. Atualmente vende para mais de 15 países, destacando-se o Japão, Canadá, Estados Unidos, Dinamarca entre outros. Na sua gama apresenta vários tipos de vinhos, realçando o Portos Branco 10, 20 e 30 Anos. Em 2004 também iniciou a produção de vinhos Douro DOC.
Este vinho, produzido com Touriga Nacional, Tinta Roriz e Touriga Franca (talvez o corte mais clássico de Portugal) se mostrou com uma coloração vermelha escura intensa, excelente olfato, com predomínio de frutas vermelhas e muito equilibrado em boca, com ótimo sabor, acidez leve (talvez pelos 10% de Touriga franca). Excelente vinho, que ao final foi apontado pelos Confrades como segundo melhor vinho e o de melhor custo beneficio.

SEGUNDO VINHO: VINHA DA DEFESA, HERDADE DO ESPORÃO, SAFRA 2007. Mais de 30 anos de história no Alentejo: Maturidade, Experiência e Saber. As raízes da Herdade do Esporão, e a sua tradição vitícola, remontam aos tempos pré-históricos das culturas megalíticas e da Idade do Bronze. Porém, já durante a ocupação romana, os vinhos, do então povoamento do Esporão, eram exportados para todo o Império. Os limites da Herdade foram estabelecidos em 1267 e foram mantidos, praticamente inalterados, desde a sua constituição.
Este vinho é produzido com corte de Touriga Nacional, Syrah e Aragonês, cor vermelha rubi intensa e escura, aromas de violetas, frutas vermelhas e um toque de carvalho, com um pouco de tabaco, um dos mais aromáticos já degustados nesta Confraria. No sabor, perfeita conjunção do corpo da Syrah com a elegância da Touriga. Excelente, não por acaso o melhor da noite. E por apenas R$ 50,00. Os 16,0% de álcool não se destacaram, dando a impressão de um vinho bem menos alcoólico.

TERCEIRO VINHO: ALIANÇA PARTICULAR, DÃO, SAFRA 2007. Um vinho menos pretensioso, com cor vermelha púrpura intensa, aromas minerais e sabor leve. Produzido com uma grande gama de castas, com destaque para Touriga Nacional, Alfrocheiro e Jaen. Mas ao todo são mais de 10 castas presentes neste vinho. Por R$ 30,00, acaba se tornando justo, mas sem grande destaque.

Para encerrar, O QUARTO VINHO: PERIQUITA DE JOSÉ MARIA DA FONSECA, SAFRA 2006. Um vinho de apelo comercial muito forte, um dos mais conhecidos nos supermercados brasileiros. O corte varia de ano para ano, mas predominado a Castelão (ou Periquita), Trincadeira e Tinta Roriz. Cor vermelha rubi intensa, aromas de frutas vermelhas, um pouco de compota, sabor leve e fácil de se tomar, apesar da acidez destacada e pronunciado teor alcoólico.

Excelentes escolhas, de 4 regiões distintas, mostrando a potencialidade deste grande País vitícola. Aproveitamos a ocasião para discutirmos a intenção dos patrícios de tornar a Touriga Nacional símbolo da vitivinicultura Portuguesa. As opiniões não foram unanimes, e nos resta torcer que qualquer que seja a decisão, que não atrapalhe os viticultores portugueses e que eles continuem produzindo excelentes vinhos.

Para o jantar, Pablo e Maísa nos ofertaram uma excelente bacalhoada, que teve a orientação do mais Português dos joaquinenses: João Nunes, o famoso João Português.

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